Marcellus Nishimoto

Sou formado em design gráfico, mas desde muito cedo já me interessava por arte. Quando criança ficava fascinado pelas ilustrações dos livros infantis e desenhava tentando imitar as imagens que via. E aos oito anos, minha mãe me matriculou no primeiro curso de arte. Em casa, sempre havia livros de história da arte que me auxiliavam no desenvolvimento do meu desenho, fazendo que me aprimorasse naquilo com o qual mais me identificava. Na época da faculdade acabei optando pelo curso de design e me tornei um profissional da área. Trabalhei em agências de publicidade, departamentos de marketing e como professor acadêmico. Depois de muito tempo na área do design, comecei a desenhar e pintar aves e plantas como um hobby. Depois de muitos anos me dedicando a essa arte acabei me profissionalizando. Hoje, me tornei artista visual profissional especializado nesses temas.

A escolha da aquarela, primeiramente, tem um valor histórico. Foi uma das técnicas mais usadas na retratação da fauna e flora no passado. Ela estava sempre presente nas viagens de cientistas e artistas naturalistas. Sem a necessidade de uma grande quantidade de materiais, a técnica facilitava a catalogação das espécies nativas de cada local explorado: era papel, pincel, tinta e água. Outro aspecto muito importante é a cor intensa e a transparência da aquarela sobre o branco do papel. Eles dão ótimos resultados numa representação mais fiel da espécie.

Muitos artistas do passado e da atualidade são referências para o que faço. Também os estilos artísticos do Barroco e Romantismo, assim como a arte tradicional do Japão, são bases importantes para a minha criação. Elas influenciam diretamente a composição dos meus trabalhos.

Ao trabalhar tanto tempo com a representação da fauna e flora, tive como principal aprendizado uma maior conscientização sobre a preservação ambiental em nosso tempo de crise climática. A diversidade da vida selvagem é essencial para a manutenção do equilíbrio da vida no planeta. Outra questão, é que muitas aves são representantes dos afetos que temos com nossa história natural: estão muitas vezes ligadas à nossa memória afetiva ou à nossa cultura. E o meu fascínio com tema é, obviamente, pela clara exuberância e grande variedade de espécie de aves que nos oferece um grande repertório de representações que podemos criar.

Hoje tenho meus trabalhos fazendo parte de coleções particulares no Brasil e exterior. E já participei de exposições nacionais e fora do país.